09/06/10

Um blog que é uma exposição

Vidagens
é um vocábulo que inventei para designar a exposição destas 400 fotografias. Foram feitas em dezenas de países, ao longo dos últimos 50 anos. São quase sempre fotografias de pessoas- muitas pessoas- e dos seus lugares. Esta é apenas uma das várias selecções possíveis a partir do extenso material com que tenho tentado ilustrar a maravilhosa diversidade do mundo.
Neste longo percurso usei os mais variados equipamentos, desde a reflex sofisticada até à câmara descartável.

A partir do momento em que nascemos interpretamos uma quantidade gigantesca de imagens do mundo que nos rodeia, de forma automática e irrenunciável. Nunca chegamos a desvendar a razão por que reparamos em algumas e não em outras. Mas a verdade é que há imagens que nos marcam e nos acompanham uma vida inteira.

Um fotógrafo produz ao longo da sua vida muitos milhares de fotografias que o moldam e o transformam. Elas permanecem, por vezes abandonadas no fundo de uma gaveta, e regressam como testemunhos que resistem à decadência da memória, testemunhos do que já não somos ou daquilo que ainda somos apesar de o ter esquecido.

Ao rever as imagens de que fomos feitos somos confrontados com a peculariedade do nosso percurso no mundo e com o sentido daquilo que vivemos. As coisas que fotografámos, e a forma como as fotografámos, mostram quem somos de modo fidedigno- constituem o nosso melhor auto-retrato.

Podemos descrever o VIDAGENS agrupando as fotografias por décadas.


Década 1961-1970

Comecei a fazer fotografias, a partir dos dezasseis anos, com as primeiras viagens escolares; Madrid (1961) e Paris (1964).
Em 1967, já sob a influência das preocupações sociais, fotografei os filhos dos pescadores no Furadouro. Descobri a África numa viagem a Cabo Verde (1968)como cadete da Armada, com escala nos Açores e na Madeira.
De 1968 a 1970 percorri boa parte da Guiné-Bissau, em plena guerra colonial. (ver as fotografias)


Década 1971-1980

Década das minhas primeiras viagens aos EUA (de Boston a Miami, 1974) e URSS (Rússia, Cazaquistão, Sibéria, 1980). A América no ano do 25 de Abril e a União Soviética no auge de Brejnev. Entre essas duas viagens estive duas vezes a Itália; um mês em 1976 e dois meses em 1979. Dei um salto ao Canadá (1974).
Voltei a fotografar pescadores portugueses na Costa Nova (1972). (ver as fotografias)

Década 1981-1990

Voltei aos EUA (Califórnia e Nevada, 1989) e à URSS (Rússia e Ucrânia, 1988), na fase em que o imenso país dos sovietes começava a desagregar-se.
Neste período, frequentemente por motivos profissionais, visitei numerosos países da europa ocidental e oriental; Reino Unido, Bélgica, Alemanha, RDA, Hungria, Bulgária, Checoeslováquia, etc.
Tive o meu primeiro contacto com o mundo muçulmano em Marrocos (1983). (ver as fotografias)


Década 1991-2000

Foi a época das primeiras viagens à  América Latina: República Dominicana (1994), Brasil (1995), Cuba (1995), México (1998).
Voltei a África para conhecer a Costa do Marfim (1997).
Percorri a Irlanda de automóvel em 1993 e a Bretanha em 1997.
Atravessei a Turquia (1995) de Istambul à Capadócia e da Capadócia a Éfeso. (ver as fotografias)



Década 2001-2010

É a década das maiores viagens. China (2006 e 2009), Índia e Nepal (2008) e Patagónia (2007).
Em torno do Mediterrâneo estive na Grécia (2001), Tunísia (2004), Itália (2005), Catalunha e Provença (2006), Egipto e Jordânia (2009). Descobri os países nórdicos: Noruega (2004) e Suécia (2005).
Viajei pelas ilhas espanholas das Baleares (2003) e das Canárias (2007). (ver as fotografias)

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Veja a lista de todos os países fotografados no fundo da página
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2 comentários:

Manuela Neves disse...

"TODOS IGUAIS!
TODOS DIFERENTES !"
Lindas recordações que partilhas, fico grata por poder vêr o mundo através desta janela.
Abraços
Manuela Neves

F. Penim Redondo disse...

É como dizes Manuela, os homens são todos da mesma aldeia.
Abraços